O vereador Professor André Luis repercutiu, durante a 46ª sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta quinta-feira (15), as irregularidades encontradas pela Controladoria Geral da União (CGU) no Sistema de Regulação (Sisreg) usado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) para o gerenciamento das unidades de saúde em Campo Grande.
De acordo com matéria publicada pela imprensa local, foram identificadas diversas defasagens na alimentação do sistema, já que não há a atualização correta de dados referentes à agendamento de consultas e exames, realização de procedimentos, atendimentos ambulatoriais, entre outros.
“Os dados foram apresentados por órgãos públicos, não é uma demanda política. Não tem nem como auditar a saúde porque o sistema está sendo desrespeitado. A gente não sabe se a Sesau está exercendo o serviço público de cuidar da saúde do povo”, afirmou André Luis.
Ainda de acordo com o relatório da CGU, a subutilização do Sisreg contribui com o caos no sistema público, já que não há como saber quais procedimentos foram executados, quais consultas e exames já foram feitos e quais precisam ser reagendados. Também há falhas no gerenciamento das filas de espera, que dependem das informações lançadas no sistema de regulação.
Além da falta de dados para a administração, a má gestão do Sisreg faz com que o número de pacientes e o tempo de espera para consultas e exames com especialistas se estenda por meses ou, até mesmo, por anos, aumentando a ineficácia da saúde pública na Capital.
“Quando não se tem o controle de atendimentos não dá para saber, por exemplo, que remédio comprar, porque não se sabe qual é a real demanda, já que o sistema de regulação não funciona”, reforçou o vereador.
Hospital Municipal
Aproveitando o tema, o André Luis voltou a lembrar das problemáticas que envolvem a construção do Hospital Municipal, lançado pela gestão atual às vésperas das eleições municipais.
De acordo com o parlamentar, não há como falar que os R$ 5,2 milhões previstos para serem pagos no aluguel do prédio onde será construído o hospital, vão substituir os R$ 20 milhões que são pagos, mensalmente, para as unidades hospitalares que mantém convênio com a Prefeitura.
“Temos que entender que esses R$ 20 milhões são pagos pela efetiva prestação do serviço público, diferente do aluguel que pagará o uso do prédio”, afirmou.
O vereador destacou que não é contra a construção da unidade, contudo, entende que o rito não foi seguido, já que o Conselho Municipal de Saúde e nem a Comissão de Saúde da Câmara, bem como outros órgãos competentes não foram consultados a respeito da obra.
Assim, André Luis aponta que é preciso encontrar caminhos mais adequados para discutir como se dará a construção e a administração deste hospital para que ele realmente tenha efetividade para a população de Campo Grande.
“Somos a favor do hospital, até porque o número de leitos em Campo Grande é muito abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, mas a sistemática não foi a que seria adequada. Estamos falando de uma unidade que deveria ser um projeto de estado e não de governo. Não é ético que quem tá saindo do mandato contratar uma despesa para outro grupo que vai tomar posse no ano que vem”, disse.
Ana Clara Santos
Assessoria de Imprensa do Vereador