Nesta quinta-feira (24), após o cancelamento da 64ª sessão ordinária de 2024, o vereador Professor André Luis se manifestou, afirmando que a Câmara Municipal foi usada de forma política para proteger a prefeita e candidata à reeleição Adriane Lopes.
Iniciada por volta das 9h20, a sessão durou apenas alguns minutos e logo foi encerrada por falta de vereadores presentes. De acordo com o regimento interno, para dar início aos trabalhos é preciso ter, no mínimo, 10 vereadores em plenário, contudo, naquele momento só havia nove parlamentares, não dando quórum suficiente nem mesmo para votar a aprovação da ata da sessão anterior.
André Luis explica que a regra da Casa de Leis ainda prevê que as sessões ordinárias iniciem às 9h00 tendo uma tolerância de até 15 minutos e, no caso da falta de quórum dentro deste tempo, a sessão deve ser encerrada, como foi feito hoje.
Acontece que esta regra nunca é respeitada no dia a dia da Câmara, mas, nesta quinta-feira, que seria a última sessão ordinária antes do segundo turno das eleições, esta normativa foi aplicada à risca, o que levou ao encerramento da sessão logo após a abertura.
“Vemos que isso foi claramente uma manobra política a favor da candidata Adriane Lopes. Apesar de se falar que a Câmara precisa ser imparcial, ela foi parcial com o objetivo de evitar possíveis debates sobre a atual gestão. A Câmara foi usada politicamente”, afirmou André Luis.
O vereador enfatiza que a manobra não é ilegal, no entanto, é considerada por ele como imoral, já que foi uma clara tentativa de blindar atual prefeita, que poderia ter ações da sua gestão questionadas pelos vereadores da oposição, como vinha ocorrendo antes mesmo do primeiro turno.
“Não deixa de ser legal, mas, sem dúvida nenhuma, isso foi feito para beneficiar a candidata, que foge de debates e não permite que os vereadores que não apoiam sua administração possam levantar dúvidas sobre a qualidade da sua gestão”, destacou o André Luis.
O parlamentar gravou um vídeo para as redes sociais no qual manifestou sua indignação diante da situação. Segundo sua fala, durante os quatro anos de seu mandato nunca uma sessão deixou de ser realizada por falta de quórum e, justamente há dois dias das eleições, isso aconteceu pela primeira vez.
“É uma vergonha e um desrespeito com a Câmara de Vereadores o que está acontecendo em Campo Grande. Nunca deixou de haver sessão, mas dessa vez, poucos dias antes do segundo turno, todo mundo fugiu”, afirmou, se referindo aos vereadores que fazem parte da base do Executivo na Casa de Leis.
A pauta da sessão desta quinta-feira contava com dois projetos. O primeiro visava tornar manobras de motocicletas uma modalidade esportiva em Campo Grande e o segundo dispunha sobre o programa de Navegação de Paciente, que tem o objetivo de facilitar o diagnóstico de câncer de mama em mulheres. Ambas propostas foram pautadas mais uma vez para a sessão do dia 29 de outubro.
Ana Clara Santos – Assessoria de Imprensa do Vereador