Para falar sobre seu mandato, projetos de lei e planos futuros na política, nesta quarta-feira (28), o vereador Professor André Luis concedeu entrevista ao podcast Polijota, diretamente do seu gabinete na Câmara Municipal de Campo Grande.

Em uma conversa de 18 minutos, André Luis começou explicando que, apesar de ser sempre bem recebido e ter o reconhecimento da população sobre seu trabalho, especialmente com a causa animal, não concorreu à reeleição por ser contra esse sistema que perpetua pessoas nos lugares de poder, uma vez que, em sua visão, a política deve ser feita por todos.

“Eu sou contra a reeleição na política. Para mim, o importante é o fortalecimento dos partidos políticos, mas com esse sistema de reeleição fica difícil, porque isso só fortalece o político em si e não a política. Então, não acho isso correto”, afirmou.

André Luis ainda destacou que o cargo de vereador pode ser ocupado por membros comuns da sociedade, basta ter boa vontade de trabalhar pelo próximo.

“O trabalho que eu faço todo mundo pode fazer. É um trabalho público e para o bem de todas as pessoas. Temos que nos revezar, porque o poder é para todos”, ressaltou.

Fazendo um balanço sobre o mandato, André Luis lembrou que, em quatro anos, pôde apresentar diversos projetos de lei bons e que trariam benefícios para os campo-grandenses. No entanto, sofreu com os vetos do Executivo, que, na maior parte, foram mantidos pelos colegas de parlamento.

“Uma das minhas maiores frustrações nesses quatro anos é em relação aos projetos de lei que propus e considerava bons, mas não foram aprovados por interesse do Executivo. Por exemplo, quando protocolei um projeto para que todo o cabeamento elétrico e de telecomunicações da cidade fosse transformado subterrâneo dentro de 20 anos ou quando propus que todos os bairros que fossem abrir em Campo Grande precisavam ter a infraestrutura completa. Os dois foram barrados para defender os interesses da prefeita”, relatou o vereador.

Segundo o parlamentar, os vetos aconteceram porque o Legislativo está alinhado com o Executivo e ele, por não ser da base aliada da prefeita, é considerado oposição, mesmo não se vendo como tal.

“Eu nunca fui de oposição e nem de base, acho que a crítica construtiva é importante. Hoje estão discutindo a questão da Mesa Diretora da Câmara e querem colocar alguém alinhado com a prefeita, mas isso faz com que os vereadores percam a capacidade de crítica. O Legislativo precisa ser independente, porque, a partir do momento em que ele quer o apoio do Executivo, está sendo subalterno e isso não está certo”, declarou.

Apesar de sofrer com os vetos do Executivo, o vereador também ressaltou algumas conquistas durante o mandato. O destaque dessa vez foi suas contribuições para que a legislação fosse alterada, substituindo o Proinc (Programa de Inclusão Profissional) pelo Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho).

A partir das mudanças propostas por André Luis e outros parlamentares, a iniciativa, desenvolvida para reinserção de pessoas de baixa renda no mercado de trabalho, passou a ter uma fiscalização mais detalhada e com mais transparência, evitando que o programa se torne um “cabide de empregos”, como foi no passado.

“Nós que começamos a falar sobre o Primt, quando era Proinc, nós que começamos a pedir por mais transparência. Articulamos para que fosse reformulado e tivemos uma melhora, inclusive com a prestação de contas”, afirmou.

ELEIÇÕES 2024

Entusiasta da participação popular na política, o vereador destacou ainda que o que mais o entristeceu em relação às eleições foi ver o número de abstenção de eleitores no pleito municipal.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no primeiro turno 25,5% dos eleitores não compareceram às urnas, ou seja, mais de 164 mil de pessoas que estavam aptas a votar. Já, em segundo turno, esse número subiu para 28,6%, representando mais de 184 mil eleitores.

“Muitas pessoas deixaram de exercer seu dever de votar. Não vejo como um direito, mas sim, como um dever. Brigamos para poder apresentar nossas ideias, mas as pessoas deixam de exercer essa conquista. Muitos reclamam dos vereadores, mas não fazem o mínimo que é ir às urnas. Somos apenas representantes, mas tudo começa pelo eleitor”, pontuou André.

Em relação aos eleitos, questionado se aprovou a renovação, já que mais da metade dos parlamentares não estão vindo de reeleições, o vereador afirmou que não vê como uma renovação de fato, porque muitos que já estavam irão continuar.

“Chegaram algumas pessoas novas, que eu espero que tenham disposição para trabalhar, mas muitos já estavam aí, então, parece que é tudo do mesmo”, disse.

PLANOS PARA O FUTURO

Apesar de não voltar à Câmara em 2025, André Luis disse para o podcast que ainda tem planos futuros na política, revelando que está articulando uma possível filiação ao Partido Novo a fim de disputar as eleições em 2026.

“Estou começando a construir um novo projeto com o Partido Novo, que é uma sigla com a qual eu alinho minhas ideias. A pretensão é sair candidato para senador em 2026, mas ainda é uma ideia que está germinando. Gosto da ideia desse cargo, porque é mais amplo e consigo trabalhar melhor o que eu acredito na política”, disse.

Ainda durante a conversa, André Luis avaliou como vê o governo de Eduardo Riedel, em Mato Grosso do Sul, e de Luiz Inácio Lula da Silva, à nível nacional.

“Vejo que Lula, apesar de ser de esquerda, está sabendo temperar, na medida exata as medidas do seu mandato sem que haja prejuízo para a população e acho que o objetivo é esse mesmo. No Estado, também penso que Riedel está fazendo um bom trabalho, até porque ele tem uma Assembleia que é toda base, então, questões críticas desaparecem”, observou.

Para ele, independente de sigla partidária, o que ainda falta na política é a transparência.

“Quando a transparência for completa, não haverá mais corrupção. O problema é que ainda existe o Fundo Eleitoral e Partidário, e sou contra os dois. Tudo vem do dinheiro público em um país pobre e eu não concordo com isso. Além disso, ainda temos a prática de Caixa 2, que persiste no país”, afirmou.

Por fim, o vereador ressaltou que continuará à disposição da população e trabalhando pela melhoria de Campo Grande, apesar de não ter mandato ano que vem.

“Todos nós somos vereadores. Ano que vem continuo vereador, mesmo sem mandato, porque é nosso dever como cidadão sempre fiscalizar a cidade para o nosso bem e para o bem do próximo”, concluiu.

A entrevista completa pode ser conferida aqui:

Ana Clara Santos

Assessoria de Imprensa do Vereador

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