Proposto pelo vereador Prof. André Luís, especialistas e autoridades da área da saúde voltaram a defender, durante audiência pública nesta segunda-feira (04), a necessidade de criação de um Hospital Público Municipal.

“É uma demanda antiga da cidade, e isso fervilha cada vez mais na área da saúde. Campo Grande tem várias UPAs, UBS. Somos em torno de 950 mil habitantes e Campo Grande funciona como uma central de saúde, onde as pessoas do interior vêm para a Capital, mas isso causa uma sobrecarga. Esse é um problema de gestão que precisamos discutir. Precisamos de um hospital público. O principal é a Santa Casa, que é um hospital filantrópico, mas Campo Grande precisa ter seu próprio encaminhamento em questão de saúde”, disse o parlamentar.

Para o secretário-adjunto da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rogério Souto, a discussão deve ser ampliada. “É uma discussão que tem que ser, de fato, feita por esse colegiado e ampliada. Não podemos tratar essa implantação de maneira isolada, mas discutir com Estado e União, pois requer investimentos para construção e equipamentos, além de custeio. Temos uma necessidade muito grande e mão de obra especializada. Campo Grande é referência estadual para muitos serviços”, apontou.

Segundo o médico Ronaldo Costa, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Campo Grande anda na contramão das demais grandes cidades ao não investir em um hospital municipal. “Temos um sistema de saúde estruturado, e ele está para cumprir uma meta: a saúde é um direito de todos, e um dever do Estado. Somos sede macrorregional de 33 municípios. Então, a população coberta pela alta complexidade de Campo Grande é de aproximadamente 1,4 milhão de pessoas. É uma das poucas capitais do Brasil que não tem hospital municipal. Um hospital municipal em Campo Grande é uma opção econômica. É viável para o município”, analisou.

O debate também tratou da falta leitos nas unidades de saúde da rede pública. Segundo a procuradora de Justiça Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, o MPE (Ministério Público) tem atuado para buscar ampliar o número de vagas, principalmente no período pós-pandemia.

“É um tema extremamente relevante e altamente complexo. Falar de um hospital municipal merece nossa discussão. O MPE fiscaliza a ação dos gestores, mas quem toma as iniciativas para definir a forma de prestação de serviço é o gestor. O que temos feito é a cobrança da ampliação do número de leitos. A população precisa ter acesso a mais leitos hospitalares”, defendeu.

De acordo com o diretor-presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Lívio Viana de Oliveira Leite, a demanda pelo atendimento tem crescido após o período crítico da pandemia. “Vemos um aumento expressivo das demandas. Dentro da oncologia, verificamos um aumento expressivo de pacientes que chegaram aos hospitais com um quadro mais grave. Na cardiologia, também, aumentos expressivos nos números. [A construção de um hospital municipal] vai depender e demandar de um esforço conjunto das três esferas de governo. É importante dizer que o hospital é municipal, então isso vai demandar recursos do município, ainda que exista contrapartida de outras esferas. Um hospital de 100 leitos é um mínimo que se possa pensar em uma construção para que ele se torne viável”, apontou.

Os vereadores também destacaram a necessidade de se investir e garantir estrutura na rede já disponível na cidade. Também presente na audiência, o secretário Estadual de Saúde, Flávio Brito, garantiu que o Governo de Mato Grosso do Sul estará presente nas discussões. “O Estado vai estar presente a qualquer discussão que houver em relação a melhoria da saúde. A saúde nunca é despesa, mas investimento”, finalizou.

Assessoria de Imprensa do Vereador e Câmara Municipal

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