A falta de medicação na rede pública de saúde de Campo Grande foi tema de audiência pública na manhã desta segunda-feira (15). O debate foi proposto pelo vereador Professor André Luis, que é vice-presidente da Comissão Permanente de Saúde, a fim de buscar soluções para a falta de abastecimento das farmácias nas unidades de saúde da Capital.

Presidida pelo vereador André Luis e secretariada pelo vereador Drº Victor Rocha, a audiência contou com a presença de diversas autoridades da área, que deram importantes contribuições para o entendimento do tema.

Em sua fala inicial, o vereador apontou que a falta de medicamento na rede pública é um problema recorrente na Capital, e a falta deles pode ocasionar situações graves em pacientes que necessitam de tratamento.

“A gente sabe que muitos desses medicamentos importantes são de baixo custo e evitam casos muitos graves como um AVC ou um infarto. O tratamento para um AVC é milhares de vezes mais caro que um comprimido de Atenolol, por exemplo, que custa centavos”.

E completou: “Então, temos que buscar meios de pelo menos mitigar esse problema de falta de remédios, que é recorrente em Campo Grande. Inclusive, o MPMS tem uma ação civil pública desde 2015, isto é, há nove anos, para tentar resolver esse problema”.

André Luis ainda apontou que uma das soluções é investir em saúde preventiva, já que impedir que doenças apareçam é mais barato que o tratamento para corrigir doenças que possam aparecer.

Entre os encaminhamentos resultantes do debate, está a recomendação de que a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) mantenha uma lista atualizada de medicações disponibilizadas nas unidades de saúde, bem como o nível de abastecimento e previsão de compras, em caso de baixo estoque ou falta total.

Além disso, também ficou estabelecida a reabertura da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário, que foi desativada após uma forte chuva causar prejuízos na estrutura do local.

Atualmente, 20% das medicações disponibilizadas estão em falta e 30% estão em baixo estoque, ou seja, em quantia insuficiente para atender a população da Capital que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso aos medicamentos.

Em fiscalização no Centro Regional de Saúde (CRS) Nova Bahia e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino, o vereador pôde ver de perto que faltam remédios básicos como dipirona, anti-inflamatório, antibióticos, além das medicações indicadas para doenças crônicas.

Também foi registrada a falta de suprimentos para uso interno, como esparadrapos e catéteres para administração de remédios intravenosos e coleta de amostras.

Em sua fala final, o vereador André Luis, ainda ressaltou que é preciso dar ampla divulgação da lista de medicamentos que podem ser encontrados no Farmácia Popular, programa governamental que dá descontos e gratuidade em diversos remédios, especialmente de uso contínuo como os prescritos para diabetes ou pressão alta.

“Há uma falta de medicamento e também há uma deficiência de informação porque boa parte desses medicamentos importantes estão disponibilizados na Farmácia Popular e muitas vezes o usuário não sabe isso por uma falta de comunicação. Então, é importante divulgar esta lista de remédios de maneira ampla”, afirmou.

Confira a audiência pública na íntegra:

Ana Clara Santos
Assessoria de Imprensa do Vereador

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