O vereador Professor André Luis repercutiu, durante a 55ª sessão ordinária de 2024, realizada na quinta-feira (19), na Câmara Municipal, a reunião que teve com o engenheiro civil Thiago Macinelli, que realizou um estudo aprofundado sobre o Plano Diretor de Campo Grande, no qual encontrou diversas irregularidades.
De acordo com a pesquisa, Campo Grande enfrenta um desequilíbrio na ocupação do solo, que faz com que a Capital tenha áreas com uma superconcentração populacional ao mesmo tempo que tem 40% de vazios urbanos.
Em sua fala, André Luis lembrou que o Plano deveria ser revisto este ano, no entanto, o prazo coincidiu com o ano de eleições municipais, momento em que o documento não pode passar por essa revisão.
Por outro lado, reforçou que essa reavaliação precisa ser feita pela próxima gestão que, de acordo com ele, deveria chamar especialistas para estudar a situação.
“Estamos recebendo muitas informações de engenheiros e urbanistas sobre graves irregularidades no Plano Diretor de Campo Grande. Por exemplo, este estudo mostra que há diversos vazios urbanos na cidade e o Plano não se importa em ocupar esses locais”, afirmou.
E completou: “Tenho grande preocupação com o Plano Diretor e espero que a próxima gestão chame especialistas para discutir profundamente este assunto, porque o Plano, ao invés de ajudar no crescimento da cidade, está causando uma desestabilização e favorecendo apenas as empreiteiras.”
Ainda de acordo com o vereador, o estudo mostra que o adensamento de áreas já povoadas faz com que a qualidade de vida dos moradores tenha uma queda considerável, já que causa uma sobrecarga na infraestrutura desses locais, enquanto regiões com potencial de crescimento não recebem investimentos por ter poucos moradores e quase nenhum empreendimento.
“Hoje Campo Grande enfrenta um problema que reside na quantidade elevada de áreas vazias, problema que foi causado quando se determinou um perímetro urbano muito amplo. Então, o maior desafio é ocupar esses espaços de forma ordenada e sustentável.”, afirmou, replicando o estudo mostrado pelo engenheiro.
André Luis apontou ainda que um reflexo desse defeito na ocupação do espaço urbano é o Jardim Veraneio, na região do Parque dos Poderes, onde há uma grande concorrência por construções e não há mais áreas viáveis para implantar praças, escolas ou unidades de saúde, por exemplo.
“Isso faz com que a qualidade de vida caia e vire uma área de especulação imobiliária. A pessoa que quer ter um empreendimento no Jardim Veraneio precisa sair de lá e ter seu negócio em outro lugar. E isso mostra como o Plano Diretor está sendo construído”, pontua o vereador.
Por fim, André Luis reafirmou que este é um assunto que precisa ser estudado em profundidade para que uma solução viável seja encontrada, já que os aspectos de urbanização também impactam na mobilidade urbana, infraestrutura de saneamento, abastecimento de água e energia, gerando uma degradação nesses locais.
“O principal problema de Campo Grande não está em sua extensão territorial, mas na ocupação exagerada de determinadas áreas, gerando inclusive uma verticalização indiscriminada, enquanto há espaços com potencial que precisam ser ocupados”, finalizou.
O Plano Diretor vem sendo pauta de diversas discussões na Câmara Municipal, especialmente pela proximidade de revisão, que foi adiada, e também pela reivindicação de moradores do bairro Chácara Cachoeira, que protestam contra a verticalização do bairro, consequência das regras estabelecidas atualmente.
Ana Clara Santos
Assessora de Imprensa do Vereador